O significado de uma práxis pedagógica é uma ideologia, dependente da convicção dos diversos modelos de interpretação da realidade, logo Paulo Freire, a nível do diálogo na sua ultima entrevista que deu, em 17 de Abril de 1997, no qual estava a escrever o seu novo e ultimo livro, “cartas pedagógicas”, revela o “ímpeto”, da marcha dos sem terra, no qual o autor acha que as marchas são andarilhagens históricas, pelo mundo e no qual os sem terra constituem uma das expressões mais fortes da vida politica e cívica desse pais, e dai a importância do dialogo uma vez que se fala dos sem terra como se fossem uns “desabusados”, “destro ides” da ordem, o educador aplica um dos seus princípios pedagógico, que é o enraizamento da realidade.
Em relação á criação da própria cultura está bem demonstrado na primeira parte da entrevista, quando o educador, cita, “os sem terra marcham contra uma vontade reaccionária histórica implantada neste pais, o meu apelo, sonho é que tantas outras marchas existam e se façam neste pais…”, e dá o exemplo da marcha pela decência, no qual o educador explica que as marchas os activam como gente como sociedade querendo democratizar-se.
A nível da formação de um espírito critico e uma intervenção social, Paulo Freire, explica que o Ser Humano em adaptação do ponto de vista biológico, nenhum outro ser tenha desenvolvido outra capacidade de adaptação de circunstancias maiores entro o homem e a mulher, a adaptação no ser humano é um momento apenas, do ponto de vista do educador, a nível da sua inserção, no qual Paulo Freire faz a distinção, entre adaptação ao mundo, na qual á uma adequação a um ajuste do corpo ás condições materiais, históricas, sociais, geográficas, climatéricas, etc., e a nível da inserção é a tomada de decisão do sentido da intervenção no mundo por isso mesmo.
A nível do dialogo como um principio de uma praxis pedagógica, o educador Paulo Freire, realça que é sem duvida o elemento chave onde o professor e aluno sejam sujeitos a atenuantes, sendo estabelecido o dialogo processando-se assim a consciencialização, e explica que a nível da horizontalidade, igualdade em que todos procuram pensar e agir criticamente, posteriormente a parte da linguagem comum que exprime o pensamento que é sempre um pensar a partir de uma realidade concreta. A linguagem comum é captada no próprio meio onde vai ser executada a sua acção pedagógica, a linguagem também se funde no amor que busca a síntese das reflexões e das acções de elite versus povo e não a conquista, a dominação de um pelo outro.
A nível das técnicas de preparação de material de alfabetização, estão presentes nas pedagogias do educador, as codificações, palavras geradoras, cartazes com as famílias fonéticas, quadros ou fichas de descoberta e material complementar.
Na pedagogia de Paulo Freire há ainda uma equipa de profissionais e elementos da comunidade que se vai alfabetizar, para preparação do material, no qual obedece aos seguintes passos.
Levantar o pensamento e linguagem a partir da realidade concreta, elaborar codificações específicas para cada comunidade, a fim de perceber aquela realidade, e dessa realidade, destaca-se e escolhe as palavras geradoras.
No método do educador, a palavra geradora, era subtraída do universo vivencial do alfabetizado, no qual a educação é consciencialização. É também uma reflexão rigorosa e conjunta sobre a realidade em que se vive, de onde surgirá o projecto de acção. A palavra geradora era pesquisada com os alunos.
Assim para o camponês, as palavras geradoras poderiam ser enxada, terra, colheita, etc., para o operário poderia ser tijolo, cimento, obra, etc., e para os sem terra tal como Paulo Feire relata na entrevista que deu, poderia ser, Marcha.
“Gostaria de dizer aos educadores e às educadoras com quem tenho agora a alegria de trabalhar, que continuo disposto a aprender. Porque me abrindo à aprendizagem é que também posso ensinar.”
(Paulo Freire)
AUTORA: Sandra Afonso
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