sábado, 2 de novembro de 2013

PROGRAMA V Encontro dos Técnicos Superiores de Educação Social | 16 de Novembro de 2013 | Universidade Católica do Porto | Campus Foz.


PROGRAMA
 V Encontro dos Técnicos Superiores de Educação Social | 16 de Novembro de 2013 | Universidade Católica do Porto | Campus Foz.
9h00 - Receção dos Participantes
9h30 Sessão de Abertura
Representante da Universidade Católica do Porto
Ruben Cabral – Representante da ESE João de Deus
Sandra Afonso – Presidente da APES | Associação Promotora da Educação Social

10h00 – 1º Painel – Abertura com a Tuna da Universidade Católica do Porto*

10h15 – Adalberto Dias de Carvalho – Professor Catedrático. “Antropologia da Exclusão ou o exilio da Condição Humana”.
10h30 – Sónia Galinha – Prof. ESE Santarém “Impactos da Educação Social para capital social – Vectores Estratégicos.
10h45 – Mónica Mesquita – Investigadora do Projeto Fronteiras Urbanas.
Moderadora – Clara Inácio – TSES; Membro da APES.
11h15 - Pausa para café

11h35 – 2º Painel – Abertura com Futuro Transformer Porto

11h45 – Honoré Gregorius – Membro da Associação Internacional de Educadores Sociais (AIEJI); Membro da Association nationals des communoutés éducatives sociales du Luxembourg (ANCES); Membro APEG de Luxemburgo e FICE. “La IIaborationale. Límport ancs dans lé change de la pratique”.
12h00 – Cindy Vaz – Técnica Superior de Educação Social, doutoranda em Ciências da Educação. “Pedagogia Social e Intervenção Sociocomunitária – O Educador Social como promotor da aprendizagem ao longo da vida”.
12h15 – Miguel Angel Martinez Fuentes - Vicepresidente del Colegio Profesional de Educadores y Educadoras Sociales de la Región de Murcia (CPESRM).*
Moderador – Ruben Amorim – TSES; Membro da APES

ALMOÇO LIVRE – 13H14H30
 
14h30 – 3º Painel
Lançamento da Pós-graduação: Educação Social e Desenvolvimento Comunitário.. Uma parceria da ESE João de Deus e a APES.
14H45 – Jorge Serrano. “Pedagogia da Aprendizagem e Contextos Desfavorecidos”.
15h00 – Jorge Lemos. “Educação Social e Desenvolvimento Comunitário”.
15h15 – Anabela Correia. “Enquadramento organizacional e psicossocial”.
Moderador: Jaime Santos. Docente da ESEJD.
15h30 – Pausa para Café
 
15h45 – 4º Painel – Abertura com Academia Régia (Grupo de Dança).
15h55 – Evaniza Vieira – TSES & Sílvia Lopes – TSES; Membro da APES; Coordenadora da Bolsa de Emprego APES. “A Educação Social na Rede de Cuidados Continuados (RNCCI) – Novos Horizontes da Profissão, uma perspectiva.
16h15 – Jorge Rosado - Palhaços d´Opital.
16h30 – Isabel Batista. Prof. UCP “Educação Social em Portugal: interpelações do presente, desafios do futuro”.
Moderador – Márcio Rodrigues. TSES; Membro da APES.
17h20 - Encerramento e Debate – Miguel Gonçalves – Lic. Em Psicologia. Fundador da Spark Agency e embaixador do Impulso Jovem.
 
O valor da Inscrição para o V Encontro dos Técnicos Superiores de Educação Social é de 5 euros.
O pagamento deverá ser efetuada por transferência bancária ou por depósito para o seguinte NIB: 00100000 48269840001 56 BPI
A sua inscrição só fica validada após envio de comprovativo de pagamento para o seguinte email: encontroeducacaosocial@gmail.com
NOTA: Os sócios da APES ficam isentos de pagar a entrada do Encontro.
 


quarta-feira, 2 de outubro de 2013

DIA INTERNACIONAL DO EDUCADOR SOCIAL


Hoje dia 2 de Outubro comemora-se o DIA INTERNACIONAL DO EDUCADOR SOCIAL, é com satisfação que a APES lança o 6º Boletim Informativo APES com o tema: "Educadores Sociais Portugueses no mundo". https://www.facebook.com/groups/463570190343005/

A APES estará igualmente na Ualg ESEC no espaço de discussão e partilha sobre a figura profissional do educador social a partir das 9h30 e no dia 3 na Escola Superior de Educação de Viseu.

Reformulamos votos de um excelente trabalho a todos os colegas que estarão presentes no 3º Congresso Internacional de Educação Social na Escola Superior de Educação do Porto- IPP.

De forma a celebrarmos mais um dia Internacional da Educação Social, a APES | Associação Promotora da Educação Social desafia todos os colegas a desenvolverem uma pequena ação de sensibilização em torno da Educação Social, desta forma faremos uma corrente coesa em prol do reconhecimento da nossa profissão.

 Gestos simples fazem a mudança, muito pode ser feito, vamos colocar a criatividade em ação e fazer acontecer as nossas ideias! Partilha as tuas inicias.


Juntem a vossa força à nossa luta pelo justo reconhecimento da nossa profissão.

SAUDAÇÕES SOCIAIS

| APES |

sábado, 14 de setembro de 2013

Educação social ….a chave certa para fechar a “crise”

https://www.facebook.com/notes/susana-laranjeiro/educa%C3%A7%C3%A3o-social-a-chave-certa-para-fechar-a-crise/704709539559022

Dou por mim a pensar na vasta área que existe à disposição de todos nós que se chama educação social, pois parece algo muito complexo e apenas se resume à valorização do outro, à solidariedade, à potencialização de cada um, à educação, ao positivismo. O tema chamado “crise” é um tema interessante para se pegar e chegar ao essencial daquilo que é educação social, sim porque educação social pode ser feito na transformação do tema “crise” em algo muito mais positivo que se chama oportunidade. Porque nos focamos demasiado nas coisas menos boas se o que realmente importa e move a nossa vida é o lado positivo da vida? Gosto de ver educação social como a chave certa para a resolução do problema chamado “crise”, pois educação social permite sempre aproveitar o melhor de cada um para poder colmatar as adversidades da vida. Eu acredito que a solução está em cada um de nós enquanto educadores sociais, apesar de te estares a perguntar “como faço isso?”, ajuda o outro a ver o melhor que tem, ajuda o a potencializar as suas capacidades, marca a diferença, vê num obstáculo a oportunidade. Para mim, isto, é educação social!
Susana Laranjeiro Henriques (Técnica Superior de Educação Social)

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Educação Social, literacia digital e cidadania: contributos metodológicos

https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=gmail&attid=0.1&thid=13f5525fd63f8618&mt=application/pdf&url=https://mail.google.com/mail/u/0/?ui%3D2%26ik%3Dde399ea257%26view%3Datt%26th%3D13f5525fd63f8618%26attid%3D0.1%26disp%3Dsafe%26realattid%3D2f6773b2fd7d18b0_0.1%26zw&sig=AHIEtbQed2oMkpZdjcQwkS4LSVXD-bQvqA


Resumo
O presente artigo pretende reflectir sobre a necessidade de repensar metodologias e materiais num novo contexto comunicacional, reformulando e alargando o âmbito de intervenção do Educador Social, designadamente, face às questões da participação cívica dos indivíduos.
Num contexto em que a capacidade de penetração das tecnologias de comunicação e de informação em rede tem vindo a afectar a quase totalidade da actividade humana e a provocar importantes transformações sociais, estas, traduzem-se em oportunidades mas também acentuam desigualdades. Formar para uma utilização adequada destas tecnologias, tendo em vista, não apenas um acesso mais generalizado, mas, sobretudo, uma maior capacidade de participação cívica, exige novas abordagens pedagógicas no sentido da literacia digital. É em torno destas pistas que pretendemos desenvolver algumas estratégias metodológicas e pedagógicas de intervenção dos educadores sociais, enquanto novos actores no trabalho educativo.

domingo, 12 de maio de 2013

A vida começa onde termina a zona de conforto - Ivânia Alexandre

A vida começa onde termina a zona de conforto - Ivânia Alexandre



Originalidade pura, precisa-se!

Texto de Ivânia Alexandre

09/10/2012

​Hoje estamos em crise, mas não vou falar da crise económica ou política que assola o nosso país e o mundo em geral! Estou a falar de uma crise de originalidade, mais concretamente, crise de invenções! Num mundo de acesso fácil a todo o tipo de informação (e quando falo em informação, refiro-me à arte, pintura, música, notícias, cinema, fotografia, etc, etc…), onde até o mais insignificante pensamento de um qualquer cidadão pode ter um impacto global através da internet, vemo-nos numa situação de excesso de informação que se repercute numa metamorfose da criatividade, afastando-se esta da originalidade de criar invenções.


Numa breve análise temporal podemos ver que existiu claramente um “boom” criativo nos anos 60, o qual se estendeu até meados dos anos 90. Num sentido geral, qualquer pessoa dita "artista" procurava algo inspirado nas suas próprias experiências e estas eram limitadas por diversas condicionantes económicas e sociais; quando estas barreiras eram ultrapassadas, dizia-se ser "original". Temos grandes exemplos destes casos, como Jimmy Hendrix, Steven Spielberg, Pablo Picasso, até mesmo Amália Rodrigues, entre muitos outros. Com a massificação de conteúdos, as gerações seguintes habituaram-se a ter acesso imediato a tudo, perdendo assim grande parte da sua originalidade! De facto, ser original dá trabalho, pois é preciso saber analisar, aprender, estudar determinadas ideias e conceitos, para depois podermos formular ou criar algo original, isto é, algo realmente novo de raiz! Deste modo, é mais fácil ser criativo, pegar nas ideias dos outros e moldá-las para criar algo diferente. Temos assim um romance adaptado a um filme, um remake de uma qualquer telenovela, um fado tocado ao estilo de música Pop ou um quadro da Monalisa pintado tipo Andy Warhol, deixaram de ser originais e passaram a ser composições criativas.


Não deveríamos pedir às novas gerações que sejam criativas, mas sim que sejam originais, que inventem o que ainda não foi inventado! E, para que isso seja possível, é necessário reestruturar mentalidades. Hoje em dia dão toda a liberdade aos jovens para fazerem o que quiserem e serem o que sonharem, mas tudo sem saírem de casa, limitando-se às 32” do ecrã de televisão. A questão é que, lá fora, o mundo continua por descobrir…
 

Neste conceito, a criatividade afasta-se cada vez mais do pensamento original que lhe deu origem.

​Quando nos é exigido reinventar, acontece que é necessário pensar/agir fora da nossa “bolha”, temos de ir além daquilo que nos deixa seguros e convictos. Temos de ir além da nossa zona de conforto.


Nesta dita zona de conforto de cada um, nada nos é exigido no sentido de nos contrariarmos. Estar constantemente dentro da mesma rotina onde não há imprevistos é, por exemplo, viver confortavelmente enquanto criança “debaixo da saia da mãe”. Porque tudo aquilo que vivenciamos, ou mesmo que pensamos, é trivial, não nos obriga a dar mais de nós. Ao contrário do que podemos julgar, estar na zona de conforto, não nos está a proteger, mas sim, a limitar a pessoa que somos.


Saindo da zona de conforto, alargamos os nossos horizontes, conhecemos os nossos limites, apaixonamo-nos, arriscamos, vivemos! Neste lugar desconfortável, desafiamo-nos constantemente, para saber quem realmente somos.


O problema de sair da zona de conforto é o medo de errar. Mas quantas respostas criativas ou originais não são consequências de erros ou falhanços?
Como refere Sir Ken Robinson* “If you’re not prepared to be wrong, you’ll never come up with anything original.”


Arrisque-se a atuar sobre situações que à primeira vista aparentem ser impossíveis de resolver, onde a solução seja algo que nos inquiete. O desconforto será uma situação temporária! Verá que aquele dilema que o “assustava”, mais tarde, depois de o confrontar, tornar-se-á banal.


Fazer algo com que não nos sentimos confortáveis cria um impulso para sermos mais originais e exigentes connosco mesmos, força-nos a competir interiormente para dar respostas exteriores. Esta postura proativa face aos desafios desenvolve novas competências e capacidades que devemos estimular de forma contínua.


Em jeito de despedida deixo esta pequena reflexão: para estarmos adaptados à realidade atual e darmos resposta à competitividade que nos rodeia, é necessário agarrarmos situações desconfortáveis!

 

*A propósito da referência a Sir Ken Robinson supracitada, deixo o seguinte link:

sexta-feira, 10 de maio de 2013

“Nós e a Escola”, Educadores Sociais; Porque Não Nas Escolas. 125º Programa

“Nós e a Escola”, Educadores Sociais; Porque Não Nas Escolas. 125º Programa

Nós e a Escola 125 - 08/05/2013

22 horas na TVL

“Educadores Sociais: Porque não nas Escolas?”

... Uma conversa com as Sras. Dras. Sandra Afonso e Ana Mendes da APES - Associação Promotora da Educação Social

Mais um programa a NÃO perder :-)

http://tvl.pt/2013/05/08/nos-e-a-escola-educadores-sociais-porque-nao-nas-escolas-125o-programa/

“Educadores Sociais: Porque não nas Escolas?”

... Uma conversa com as Sras. Dras. Sandra Afonso e Ana Mendes da APES - Associação Promotora da Educação Social

“Educadores Sociais: Porque não nas Escolas?”

... Uma conversa com as Sras. Dras. Sandra Afonso e Ana Mendes da APES - Associação Promotora da Educação Social

“Educadores Sociais: Porque não nas Escolas?”

... Uma conversa com as Sras. Dras. Sandra Afonso e Ana Mendes da APES - Associação Promotora da Educação Social

“Educadores Sociais: Porque não nas Escolas?”

... Uma conversa com as Sras. Dras. Sandra Afonso e Ana Mendes da APES - Associação Promotora da Educação Social

“Educadores Sociais: Porque não nas Escolas?”

... Uma conversa com as Sras. Dras. Sandra Afonso e Ana Mendes da APES - Associação Promotora da Educação Social

“Educadores Sociais: Porque não nas Escolas?”

... Uma conversa com as Sras. Dras. Sandra Afonso e Ana Mendes da APES - Associação Promotora da Educação Social


quarta-feira, 8 de maio de 2013

“Educadores Sociais: Porque não nas Escolas?”

https://www.facebook.com/nos.e.a.escola?fref=ts

“Educadores Sociais: Porque não nas Escolas?”


Nós e a Escola 125 - 08/05/2013
 22 horas na TVL
“Educadores Sociais: Porque não nas Escolas?”
 Uma conversa com as Sras. Dras. Sandra Afonso e Ana Mendes da APES - Associação Promotora da Educação Social
 Mais um programa a NÃO perder :-)
Pode participar em direto aqui: https://www.facebook.com/nos.e.a.escola
 08/05/2013, logo a seguir às notícias das 22 horas em http://TVL.PT/



sábado, 4 de maio de 2013

Promoção da Qualidade de Vida em Contextos Comunitários : o papel do Educador Social.

A APES - Associação Promotora da Educação Social em parceria com a ESEAG - Escola Superior de Educação Almeida Garrett vem por este meio endereçar-lhe o convite a estar presente no próximo dia 18 de Maio no IV Encontro dos Técnicos Superiores de Educação Social com o tema: Promoção da Qualidade de Vida em Contextos Comunitários : o papel do Educador Social.
O presente encontro decorrerá nas instalações do Colégio Salesianos - Oficina de S. José - Auditório 1 em Lisboa no horário das 9h-18h.

Informamos que só dispomos de 200 lugares e por motivos de segurança do auditório este número terá de ser cumprido.

Façam já a vossa inscrição no seguinte link:

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Empreendedorismo Social: Pequena revisão da Literatura - Ruben Amorim - Técnico Superior de Educação Social


Empreendedorismo Social: Pequena revisão da Literatura

Social Entrepreneurship: Brief Review of the Literature

Ruben Amorim

Técnico Superior de Educação Social

Portugal

 

Resumo

O propósito deste artigo é realizar uma pequena revisão da literatura de modo a definir o conceito de empreendedorismo social e o empreendedor/a social, a sua emergência e as diferenças para com o empreendedorismo comercial.

Ao longo do artigo é possível perceber que o conceito de empreendedorismo social encontra-se muito mal definido e que existem várias perspetivas em torno do mesmo.

Palavras-chave: empreendedorismo social, empreendedor/a social, transformação social e inovação.

 

Abstract

The purpose of this article is a brief review of the literature to define the concept of social entrepreneurship and the social entrepreneur, its emergence and differences in entrepreneurship for business.
Throughout the article you can see that the concept of social entrepreneurship is poorly defined and there are several perspectives about the same.
Keywords: social entrepreneurship, social entrepreneur, social change and innovation.

 

Introdução

“Os empreendedores sociais não se contentam em dar o peixe e/ou ensiná-lo a pescar. Eles não descansam enquanto não revolucionam a indústria do peixe”.

 (Drayton, 2006).

O empreendedorismo social ou a atividade empresarial com fins sociais tem vindo a aumentar nas últimas décadas (Austin et al., 2006). Com efeito, este conceito é relativamente recente, existindo imensas questões por explorar. Num Mundo emergido em dinamismos brutais, onde o risco e a incerteza, bem como os desafios permanentes colocam os indivíduos em situações de desconforto social, sendo, por exemplo, a pobreza um desses mesmos riscos é imperativo existir novas soluções, apoiadas em inovações de modo a existir uma maior coesão e equidade sociais.

O presente artigo tem como propósito abordar a temática do empreendedorismo social, através da sua contextualização, definição e apresentação das diferenças com o empreendedorismo tradicional.

Os pontos a abordar passam por uma descrição da emergência do empreendedorismo social, para que se possa contextualizar o seu surgimento e em que condições apareceu na literatura e, essencialmente, na prática, isto é, apoiados em casos reais. Posteriormente, passa-se á definição do conceito de empreendedorismo social e, consequentemente, à apresentação de várias perspetivas de quem é o/a empreendedor/a social. Os empreendedores sociais descobriram ou criaram novas oportunidades através do processo de exploração, inovação, experimentação e mobilização de recursos. Os empreendedores sociais necessitam de continuar com as suas visões de futuro, persuadindo financiadores para investir nas suas ideias e mobilizar as pessoas a despenderem tempo e competências nos seus projetos (Dees, 2007; Wallace, 2007). Neste sentido, o empreendedor social é alguém carismático e influente na sua comunidade ou até mesmo a uma escala mais alargada. De seguida, apresenta-se, sumariamente, as diferenças e semelhanças entre o empreendedorismo tradicional e o empreendedorismo social, uma vez que existem imensas perspetivas relativamente a este assunto. Embora sejam conceitos diferentes, apresentam algo em comum.

Na parte final do artigo é efetuada uma pequena conclusão onde se apontam algumas reflexões inerentes ao empreendedorismo social.

 

Emergência do Empreendedorismo Social

O conceito de empreendedorismo tem sido debatido há imenso tempo no âmago dos negócios e riscos económicos. Porém, na atualidade, tem sido largamente aplicado ao contexto social e á resolução dos seus problemas (Dees, 1998a; 1998b; Thake e Zadek, 1997; Emerson e Twersky, 1986). O empreendedorismo social emergiu nos inícios dos anos 80 a partir dos trabalhos de Bill Drayton, na Ashoka, e Ed Skloot. O primeiro financiou inúmeros projetos de inovadores sociais espalhados pelo Mundo. O segundo apoiou novos empreendimentos que, consequentemente, ajudou empresas não lucrativas a explorar novas fontes de receita. Mais recentemente, Muhammad Yunus alertou para a proeminência do conceito de empreendedorismo social quando foi premiado com o Prémio Nobel da Paz por ter criado o Grameen Bank no Bangladesh (Smith e Nemetz, 2009). Este foi um projeto (ideia) repleta de inovação que tornou possível o financiamento de pequenas ideias de negócios. Contudo sem o microcrédito seriam inviáveis e inexequíveis.

De acordo com Stryjan (2006) e Weerawardena e Mort (2007), o empreendedorismo social é visto como uma emergência, sendo que a sua definição é baseada num conceito coletivo e decorrente das práticas desenvolvidas. Com efeito, depreende-se que as intervenções, baseadas no empreendedorismo social, visam refletir-se em grandes grupos de pessoas. Paralelamente, a definição do conceito foca projetos desenvolvidos para obter maior coerência e pragmatismo.

O conceito é recente, mas muito em voga e traduz-se numa das inovações contemporâneas capaz de resolver problemáticas sociais que, por sua vez, são muito exigentes e desafiantes. Em consequência de no campo académico ser um conceito relativamente novo é, ainda, imaturo e com falhas profundas (Dees e Anderson, 2006), mas muito rico e com possibilidades de ser explorado com linhas de investigação muito interessantes.

O Empreendedorismo Social

Para muitos autores o empreendedorismo social é um conceito mal definido (Weerawardena e Mort, 2006: 21). Até à data, a literatura que aborda a temática do empreendedorismo social tem sido limitada à descrição de estudos de caso, focados na sua definição que assim descuraram a construção de uma teoria (Harding, 2004).

O empreendedorismo social envolve transformações sociais gerando, para tal, ideias de novos produtos e serviços (Schwab, 2008). Nesta abordagem incluem-se negócios que tenham como principal preocupação objetivos sociais e que realizam um enorme investimento dos seus proveitos em prol da comunidade (Morris, 2007).

Segundo Austin, Stephenson e Wei-Skillern (2006) o empreendedorismo social é sinónimo de inovação, criando valor social nas atividade que podem ser desenvolvidas dentro ou fora do setor não lucrativo, empresarial e do estado.

De acordo com Smith e Nemetz (2009), existem duas grandes abordagens relativamente ao empreendedorismo social. A primeira foca-se nas intenções e resultados (Alvord et al., 2004). A segunda nas oportunidades e necessidades como adaptação à realidade das empresas sociais (Vyakaraman et al., 1997). Na primeira abordagem, a tónica do conceito assenta na inovação para a resolução de problemas sociais persistentes, tais como a pobreza e a marginalização que, em alguns casos, tem tido muito sucesso como fator impulsionador e catalisador da transformação social. Paralelamente, no lado mais pragmático, a Schwab Foundation for Social Entrepreneurship descreve o empreendedorismo social como a algo prático, inovador e sustentável nas abordagens em benefício na sociedade em geral, dando enfase aos pobres e marginalizados. Esta perspetiva indica que o empreendedorismo social é uma abordagem única aos problemas sociais e económicos porque é baseada em valores e processos que são transversais a cada empreendedor social que olha para a sua sociedade ou organização (Schwab Foundation, 2008). Na segunda abordagem é estabelecida uma comparação aos procedimentos do empreendedorismo tradicional. Com efeito, é fundamental recorrer-se à inovação e experimentação com base em necessidade/oportunidades detetadas na sociedade.

Contudo, existem outras abordagens/perspetivas em torno da definição do conceito de empreendedorismo social e seus objetivos. Por exemplo, alguns autores mantêm o foco no empreendedorismo social como uma combinação comercial das empresas com impacto social. Nesta perspetiva, os empreendedores usam o negócio, as suas competências e conhecimentos para criar empresas que tenham objetivos com fins sociais, ao invés de priorizar o sucesso comercial propriamente dito (Emerson e Twersky, 1996). Evidencia-se, assim, que este tipo de organizações/indivíduos visam, inequivocamente, ações com fins sociais. Com efeito, as organizações não lucrativas podem criar subsidiárias e usa-las para gerar emprego ou reverter os ganhos para causas sociais. No caso das organizações lucrativas, podem doar alguns dos seus proveitos ou organizar as suas atividades para fins sociais. Estas iniciativas integram recursos gerados pelo sucesso das atividades comerciais que desenvolvem e sustentam as suas atividades sociais.

Outros, ainda, colocam a enfase no empreendedorismo social como inovação para o impacto social. Nesta perspetiva, a atenção centra-se na inovação e nas parcerias que têm consequências positivas para a resolução dos problemas sociais, onde se presta pouca atenção à viabilidade económica através de um critério de negócio ordinário (Dees, 1998b). Os empreendedores sociais estão focados nos problemas sociais e eles criam iniciativas inovadoras, constroem novas parcerias sociais e mobilizam recursos em resposta aos problemas, mais do que se dedicam ao mercado e a critérios comerciais.

Por fim, existem autores que vêm o empreendedorismo como uma forma de catalisar a transformação social, enfrentando os problemas sociais e procurando soluções para os mesmos. Nesta abordagem, o empreendedorismo social é preponderante para produzir pequenas mudanças num curto prazo, refletindo-se através da existência de sistemas catalisadores de grandes mudanças a longo prazo (Ashoka Foundation, 2000). O empreendedorismo social define-se, nesta abordagem, como algo necessário, não só para os problemas imediatos e espontâneos, mas também para os de longo prazo e mais complexos.

O Empreendedor/a Social

Bill Drayton, CEO, chair and founder of Ashoka, a global nonprofit organization devoted to developing the profession of social entrepreneurship (2006, p. 3).

Habitualmente são construídos modelos de empreendedores/as sociais, sendo, inclusivamente, objetos de estudo. Não obstante é fundamental obedecer a um certo rigor científico de modo a podermos atribuir a alguém este estatuto. Com efeito, os empreendedores sociais são “pessoas que intervêm onde detetam uma oportunidade para satisfazer ou verificar uma necessidade onde é fundamental combinar recursos para dar seguimento à sua resolução, uma vez que o sistema não consegue resolver todas as questões de índole social” (Thompson et al., 2000).

No que respeita às suas qualidades, o empreendedor social comporta um forte ímpeto ético, vontade de corrigir algo errado na sociedade, desejo de se libertar, cruzar fronteiras disciplinares e a capacidade de “trabalhar em silêncio” (Bornstein, 2007). Em consequência deste comportamento e atitude, a motivação para o empreendedorismo social é baseado no apoio a pessoas descriminadas e negligenciadas, onde são necessários argumentos financeiros e políticos para se perceber quais os benefícios para eles próprios (Martin e Osberg, 2007).

A Skoll Foundation defende um empreendedorismo social através da concretização da sua missão que se traduz “em defender uma mudança sistémica em benefício das comunidades de todo o Mundo, através do interesse em contactar outros empreendedores”. A Skoll indica que “os empreendedores sociais são líderes comprovados, cujas abordagens e soluções para os problemas sociais estão a promover a melhoria de vida e as circunstâncias de inúmeros indivíduos carentes ou desfavorecidos” (Skoll Foundation, 2008).

Existem, ainda, outras perspetivas relativamente à caraterização do agente que empenha o empreendedorismo social. Bornstein (2004) afirma que o empreendedor social tem ideias novas e poderosas, combina o seu poder visionário e o Mundo real para assim resolver os seus problemas de forma criativa, possuí uma forte ética e é totalmente possuído pela sua visão de mudança. Já Ligth (2006) define o empreendedor social como um individuo, grupo, Network, organização ou aliança de organizações que pretendem a sustentabilidade e uma mudança em larga escala, através de ideias que representem uma quebra de paradigma manifestadas pelo estado, empresas não lucrativas e lucrativas com o objetivo de resolver os problemas sociais.

Como se observa, as perspetivas e o foco da definição do conceito do que é, efetivamente, um/a empreendedor/a social são múltiplas. Porém, importa reunir o máximo de contributos, no sentido tornar o conceito mais robusto sob o ponto de vista científico.

Diferenças entre o empreendedorismo empresarial e o empreendedorismo social

Joseph Schumpeter (1931) descreve o empreendedorismo como a criação de uma nova combinação de recursos, através de atores discretos que reformam e revolucionam os padrões de produção (questionam as rotinas).

Segundo Alvord, Brown e Letts (2002) o empreendedorismo na vertente tradicional visa a criação de negócios viáveis e de crescimento. Em contrapartida, as metas do empreendedorismo social passam pela mudança no sistema social que criam e mantêm o problema, embora as organizações envolvidas possam tornar-se pequenas ou inviáveis para promover essa mesma transformação social.

Uma nova perspetiva assenta na de Mallin e Finkle (2007), que referem que o empreendedorismo social difere do empreendedorismo tradicional na medida em que o empreendedor social é, por vezes, quem reconhece o problema social e empenha os princípios do empreendedorismo para organizar, criar e gerir o seu projeto de modo a produzir uma mudança social. De um modo geral, transferindo para o conceito organizacional, existindo este tipo de comportamento, as entidades tendem a ser não lucrativas, em conformidade com os objetivos a que os empreendedores sociais se propõem.

Resumindo, o empreendedorismo empresarial centra-se em criar riqueza e traduz-se numa forma clara de promover o desenvolvimento económico, porém, o empreendedorismo social centra-se em tornar o Mundo num local melhor (Cukier et al., 2011).

Para finalizar, importa referir que Dees e Anderson (2006) sugerem que estas duas abordagens representam duas formas de pensamento distintas. Contudo, afirmam que devem cooperar, não entrando em competição, de modo a que o empreendedorismo social fique mais enriquecido.

Conclusão

O empreendedorismo social é um tema atual e que se assume como uma das soluções para a resolução das problemáticas sociais. O número crescente de organizações não-governamentais (ONG) é evidenciado pela The New Nonprofit Almanac and Desk Reference (2002), referindo que houve um aumento de 31% (1,2 milhões) em organizações sem fins lucrativos, que superaram, de longe, o aumento de 26% em formações de novos negócios. Reconhecendo isso, o empreendedorismo social vem ganhando crescente interesse na literatura académica e no setor público (Mallin e Finkle, 2007).

Relativamente ao conceito de empreendedorismo social são múltiplas as definições e perspetivas. A inovação, o impacto social e a transformação social são, entre outras, palavras de ordem e que estão estritamente relacionadas com o empreendedorismo social. Todavia, importa referir que o empreendedorismo social é, ainda, um conceito mal definido e que não assenta na preocupação de formular uma teoria capaz de a sustentar cientificamente.

No âmago na figura do empreendedor/a social é de toda a importância referir que existe um grande número de pessoas/organizações/instituições que definem outros tais como empreendedores sociais. Não obstante o mérito das pessoas que apresentam trabalho no sentido de resolver problemáticas sociais, não é conveniente generalizar e despersonalizar o conceito. De modo geral, o empreendedor/a social empenha o seu trabalho em prol de causas sociais, recorrendo aos seus conhecimentos e competências para, de modo empreendedor e inovador, colmatar as necessidades deixadas por um sistema cada vez menos protetor sob o ponto de vista social.

O olhar atento sobre os conceitos de empreendedorismo e empreendedorismo social é demasiado importante para que se percebam as suas diferenças e semelhanças. O empreendedorismo tradicional/comercial visa, essencialmente, o lucro, enquanto o empreendedorismo social assume como prioridade os fins sociais. Assim sendo, os princípios poderão até ser semelhantes, mas o fim é diferente (ao nível das causas).

O empreendedorismo social é, hoje, mais do que um conceito, uma prática levada a cabo por empresas lucrativas e não lucrativas. Todavia, quando as iniciativas são várias para o mesmo fim, a consequência e a causa defendida pode reduzir o seu impacto. É fundamental que o empreendedorismo social não seja politizado e seja exercido de modo desinteressado. Torna-se imperativo que as pessoas tenham competências na área do empreendedorismo (social) para que possam redobrar as atenções, apresentando soluções para os novos desafios que vão surgir, numa sociedade cada vez mais dinâmica e imprevisível e onde o Estado Social é menos capaz de responder às necessidades que se apresentam.

Artigos científicos consultados |

·         Alvord, S.; Brown, L. e Letts, C. (2004), “Social Entrepreneurship and Societal Transformation: An Exploratory Study”, The Journal of Applied Behavioral Science; Sep 2004; 40, 3; ABI/INFORM Globalpg. 260.

·         Cukier, W. e col. (), “Social Entrepreneurship: A Content Analysis”, Journal of Strategic Innovation and Sustainability, Vol. 7(1), pp. 99 – 119.

·         Dees, J. G. (2001), “The meaning of “social entrepreneurship.” Center for the advancement of Social Entrepreneurship”, Fuqua School of Business, Duke University, Durham, NC. Retrieved from:


·         Dees, J. G. (1998), “Enterprising Non-profits. Harvard Business Review”, 76, 55-67.

·         Dees, J. G., & Anderson, B. B. (2006), “Framing a theory of social entrepreneurship: Building on two schools of practice and thought”, In R. Mosher-Williams (Ed.), Research on Social Entrepreneurship: Understanding and Contributing to an Emerging Field, ARNOVA Occasional Paper Series, 1(3), 39-66.

·         Mallin, M. e Finkle, T., (2007), "Social entrepreneurship and direct marketing", Direct Marketing: An International Journal, Vol. 1 Iss: 2 pp. 68 – 77.

·         Smith, T. e Nemetz, P., (2009), "Social entrepreneurship compared to government foreign aid: Perceptions in an East African village", Journal of Research in Marketing and Entrepreneurship, Vol. 11 Iss: 1 pp. 49 – 65.

·         Vyakaranam, S., Jacobs, R.C. e Handelberg, J. (1997), “Formation and development of entrepreneurial teams in rapid-growth business”, paper presented at the Frontiers of Entrepreneurship Conference, Babson College, Babson Park, MA.

 

terça-feira, 16 de abril de 2013

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Programa do IV Encontro dos Técnicos Superiores de Educação Social

Já estão abertas as inscrições para o
IV Encontro dos Técnicos Superiores de Educação Social para o próximo dia 18 de Maio com o tema: Promoção da Qualidade de Vida em Contextos Comunitários: O papel do Educador Social.
Informamos que só dispomos de 200 lugares e por motivos de segurança do auditório este número terá que ser cumprido.
Façam já a vossa inscrição no seguinte link https://docs.google.com/forms/d/1kd0gZm0BnRVjjwBO7sif6G82E6RjBYeK1oyFiuD8WSk/viewform#start=openform

sexta-feira, 29 de março de 2013

O Técnico Superior de Educação Social na Intervenção em Contexto Escolar - Educação Especial


O Técnico Superior de Educação Social na Intervenção em Contexto Escolar

                                       Educação Especial

 

“A educação não cria o homem, ajuda-o a criar-se” (Debesse, 1999 citado em Mendes, 2007).

A intervenção social em contexto escolar, defronta-se com um contraste de realidades sociais e humanas, que muitas vezes contribui para o afastamento dos seus actores sociais.

Assim, importa, mediar as diferenças culturais, fomentando o respeito e o direito à diferença, procurando, um envolvimento efectivo capaz de promover o sucesso educativo e social dos alunos e seus familiares.

É importante trabalhar no sentido de estimular os alunos das suas capacidades/potencialidades, fomentando a sua autonomia profissional e social.

A educação é um processo conjunto, produzido através de práticas que intercedem directamente na transformação dos indivíduos.

Assim, para o desenvolvimento pleno do individuo é importante que a educação não se limite somente à aquisição de conceitos e conhecimentos, sendo fundamental incluir no processo educativo, as atitudes e valores, no sentido de preparar os alunos para futuros cidadãos responsáveis e solidários, trabalhando com eles a formação pessoal e social.

A educação social é assim uma área recheada de vivências que pode ajudar os alunos, muitas vezes em risco social.

A educação tem lugar na família, na escola, na sociedade, assim é importante educar para viver em comunidade, sendo muito importante a articulação entre a escola e a família.

È importante abrir a escola à comunidade, quebrar barreiras culturais e sociais, promovendo a participação de todos.

Os educadores podem intervir em contexto escolar, trabalhando várias questões atuais da nossa sociedade, mediação de conflitos, violência, prevenção de comportamentos aditivos, treino de competências pessoais e sociais, transição para a vida activa, etc.

Consideram-se relevantes as funções do educador social, pois para que os alunos possam usufruir de um ambiente adequado, e assim caminharem para o sucesso, é imperioso que estes sejam profissionais implicados, reflexivos e capazes de trabalhar juntos, com toda a comunidade escolar  de forma colaborativa, no sentido de  se encontrarem respostas diversificadas, diferenciadas, activas e, principalmente, significativas.

A Escola é o meio mais eficaz para responder às necessidades dos alunos e prevenir a solidão social.

A Escola regular, na sua especificidade, enquadra no seio da sua população um conjunto muito diverso de alunos que, pelas suas características, estádios de desenvolvimento, comportamentos e necessidades, se destacam dos seus pares do mesmo nível etário e ano de escolaridade.

Nesta diversidade, destaca-se a importância da escola nas respostas que pode proporcionar e mobilizar a estes alunos.

 

 

Departamento de Educação Especial

Uma das áreas possíveis de intervenção para o educador social é no Departamento de educação especial, com alunos com necessidades educativas especiais.

O tema da Educação Inclusiva tem despertado no meio educacional uma verdadeira reflexão no sentido de procurar uma mudança da perspectiva de integração das crianças com necessidades educativas especiais para uma perspectiva verdadeiramente inclusiva.

A Declaração de Salamanca foi um marco de referência que proporcionou a mudança do paradigma existente da escola integrativa para a escola inclusiva e onde foram definidos Princípios, Política e Prática na área das Necessidades Educativas Especiais. Esta declaração apontou no sentido de uma alteração no papel da escola regular no atendimento a alunos com necessidades educativas especiais, dado considerar-se que “as escolas regulares seguindo uma orientação inclusiva, constituem os meios mais capazes para combater as atitudes discriminatórias, criando comunidades abertas e solidárias, construindo uma sociedade inclusiva e atingindo a educação para todos” (UNESCO, 1994, p. IX).

Nesta perspectiva de educação inclusiva e de acordo com Ferreira (2007), a Declaração de Salamanca salienta ainda que:

 “1) cada criança tem o direito fundamental à educação e deve ser-lhe dada a oportunidade de alcançar e manter um nível aceitável de aprendizagem; 2) cada criança tem características, interesses, capacidades e necessidades de aprendizagem únicos; 3) os sistemas e os programas educativos devem ser estruturados e implementados de forma a ter em conta e dar resposta à grande diversidade das características e diversidades; 4) os alunos com NEE devem ter acesso à escola regular, que os deve acomodar através de uma pedagogia centrada na criança capaz de responder às suas necessidades.” (p. 68).

O princípio orientador do Enquadramento da Ação sobre as Necessidades Educativas Especiais apela a uma modificação de atitudes para a criação de uma escola mais inclusiva e não discriminatória proporcionando uma educação de qualidade para todos. Este princípio consiste

“Em afirmar que as escolas se devem ajustar a todas as crianças, independentemente das suas condições físicas, sociais, linguísticas ou outras. Neste conceito terão de incluir-se crianças com deficiência ou sobredotados, crianças de rua ou crianças que trabalham, crianças de populações remotas ou nómadas, crianças de minorias linguísticas, étnicas ou culturais e crianças de áreas ou grupos desfavorecidos ou marginais.” (UNESCO, 1994, p. 6).

No entanto, o caminho para a Educação Inclusiva não se faz apenas com alterações legislativas, mas implica uma colaboração entre todos os intervenientes educativos. A Educação Inclusiva implica mudanças a vários níveis, “para além de uma mudança de mentalidades, no que diz respeito ao acesso e ao sucesso da educação para todos é necessário criar condições e recursos adequados a cada situação.” (Sanches & Teodoro, 2006, p. 74).

Para que exista uma verdadeira alteração do paradigma, que realmente implique mudança, a educação inclusiva, mais do que integrar crianças que estariam à partida excluídas no ensino regular, trata de incluir todas as crianças em idade escolar e pré-escolar, independentemente das suas características físicas, sociais, linguísticas, mantendo-as na escola, procurando evitar excluí-las e criando oportunidades de aprendizagem recorrendo às estratégias de diferenciação que se revelarem adequadas (Franco, Riço & Galésio, 2002, citando Lopes, 1997).

 Com base nestas reflexões e nas dificuldades com se deparam as escolas todos os dias que o educador social pode intervir. Como tornar a escola mais inclusiva? O que fazer com  os alunos portadores de deficiência ou em situação de risco para que não fiquem à margem da sociedade? Que respostas educativas pode a escola oferecer aos alunos na transição para a vida ativa? Que formação pode ser proporcionada às famílias para melhor poderem desempenhar o seu papel enquanto estrutura fundamental no desenvolvimento? A resolução passa por procurar dar respostas educativas a todos e quaisquer alunos independentemente das suas especificidades. Deste modo, a escola deve estar ligada à comunidade local onde se insere, o intuito de contribuirmos para uma sociedade mais inclusiva. Para  ser uma escola inclusiva devemos “proporcionar os meios mais capazes para combater atitudes discriminatórias, criando comunidades abertas e solidárias, construindo uma sociedade inclusiva e atingindo a educação para todos" (Sanches e Teodoro, 2006: 70).

A intervenção em  parceria funde-se no intuito de responder à diversidade e problemáticas dos jovens na transição para a vida ativa, já que, para uma boa formação educacional, somente, os docentes de turma, jamais conseguirão apoiar adequadamente os alunos.

 No apoio à transição para a vida activa desde alunos o educador social pode abrir portas na comunidade, nomeadamente no núcleo empresarial, no sentido de sensibilizar os empresários na contratação de pessoas com deficiência.

 Escola inclusiva, «... consiste em todos os alunos aprenderem juntos, sempre que possível, independentemente das dificuldades e das diferenças que apresentem.» Declaração de Salamanca, da UNESCO (1994)

 

O maior desafio:

Incremento contínuo de estratégias e procedimentos que proporcionem a todos os alunos mais e melhores condições de aprendizagem, ou seja, oportunidades de interacção com os outros, de forma solidária e cooperativa, de maneira a desenvolverem as competências sociais e a autonomia.

Decreto-Lei n.º 3/2008
(7 de janeiro)

Vem enquadrar as respostas educativas a desenvolver para adequar o processo educativo às necessidades educativas especiais dos alunos com limitações significativas ao nível da actividade e participação, num ou vários domínios da vida, decorrentes de alterações funcionais e estruturais de carácter permanente e das quais resultam dificuldades continuadas ao nível da comunicação, da aprendizagem, da mobilidade, da autonomia, do relacionamento interpessoal e da participação social.

Modalidades específicas de educação

                     Unidades de Ensino Estruturado para a Educação de Alunos com Perturbações do Espectro do Autismo(art.º 25º)

                     Unidades de Apoio Especializado para a Educação de Alunos com Multideficiência e Surdocegueira Congénita (art.º 26º)

A sua organização deverá ter em conta:

                     Tipo de dificuldade manifestada pelo aluno;

                     Nível de desenvolvimento cognitivo, linguístico, motor e social e de funcionalidade do aluno;

                     A idade dos alunos.

Unidades

Os alunos que frequentam estas unidades precisam sobretudo de:

                     Frequentarem ambientes organizados e estruturados;

                     Frequentarem ambientes educativos securizantes;

                     Terem oportunidades para interagir com o ambiente de forma significativa;

                     Acederem a informação pertinente;

                     Terem tempo para explorar e manipular objectos e outros materiais;

                     Estarem activamente envolvidos nas actividades em que participam.

Objectivos do trabalho nas Unidades

                     Promover a participação dos alunos com multideficiência e surdocegueira /espectro do autismo, nas actividades curriculares, junto dos pares da turma.

                     Aplicar metodologias e estratégias de intervenção interdisciplinares visando o desenvolvimento e a integração social e escolar dos alunos.

                     Assegurar a criação de ambientes estruturados, securizantes e significativos.

                     Implementar e desenvolver um modelo de ensino estruturado o qual consiste na aplicação de um conjunto de princípios e estratégias que, com base em informação visual, promovam a organização do espaço, do tempo, dos materiais e das actividades (unidades de ensino estruturado).

                     Proceder às adequações curriculares necessárias.

                     Adoptar opções educativas flexíveis, de carácter individual e dinâmico, pressupondo uma avaliação constante do processo de ensino e aprendizagem dos alunos e o regular envolvimento e participação da família.

                     Assegurar os apoios específicos ao nível das terapias, da psicologia e da orientação e mobilidade aos alunos que deles possam necessitar.

                     Organizar o processo de transição para a vida pós-escolar

O papel do educador social

O educador social pode é um profissional que pode agir na prevenção e resolução de várias problemáticas em contexto escolar, pode actuar, de diferentes formas, com os alunos, família e com a comunidade escolar.

A vida em sociedade pressupõe a convivência entre todos, assim foram criadas regras sociais e padrões de comportamento, o educador social pode ajudar através do desenvolvimento de projectos na escola criando respostas às problemáticas atuais

“Está nas nossas mãos, e cada um pode fazer qualquer coisa. Mas nas nossas mãos sozinhas, a areia fina escoa-se. Por isso, preciso de ti”. Strecht (1999, p.70),

 

Bibliografia

·         Ferreira, M. (2007). Educação Regular, Educação Especial: uma história de separação. Porto: Edições Afrontamento.

·         Franco V., Riço M. & Galésio M., (2002). Inclusão e construção de contextos inclusivos. In Patrício, M. (org). Globalização e Diversidade – A escola cultural, uma resposta. Porto: Porto Editora.

·         Rief S. & Heimburge J. (2000). Como Ensinar Todos os Alunos na Sala de Aula Inclusiva; 1º volume; Porto: Porto Editora.

·         Rodrigues, D. (2003). Perspectivas Sobre a Inclusão – Da Educação à Sociedade; Coleção: Educação Especial; Porto: Porto Editora.

·         Sanches (2005) Compreender, Agir, Mudar, Incluir. Da Investigação-ação à educação Inclusiva. Revista Lusófona de Educação, 5, pp. 127-142.

·         Sanches, I. & Teodoro, A. (2006). Da integração à inclusão escolar: cruzando perspectivas e conceitos. Revista Lusófona de Educação, 8, pp. 63-83.

·         UNESCO (1994). Declaração de Salamanca e Enquadramento da Ação na área das Necessidades Educativas Especiais. Paris: UNESCO / Ministério da Educação e Ciência (Espanha)